Maria Eunice Araújo
Projeto da “Coleção de objetos do Edifício Farol de Itapuã”, 2011
Entre o ver e o olhar
"Interrogar
o habitual, mas justamente, nós estamos tão habituados.
Nós não lhe interrogamos, ele parece não nos colocar problemas, nós vivemos sem pensar nele, como se ele não veiculasse nem perguntas nem respostas, como se ele não fosse portador de nenhuma informação. Já não é mais condicionamento, é anestesia. Nós dormimos nossa vida em um sono sem sonhos." Georges Perec
Nós não lhe interrogamos, ele parece não nos colocar problemas, nós vivemos sem pensar nele, como se ele não veiculasse nem perguntas nem respostas, como se ele não fosse portador de nenhuma informação. Já não é mais condicionamento, é anestesia. Nós dormimos nossa vida em um sono sem sonhos." Georges Perec
Deixamos
de aproveitar a beleza que a percepção do cotidiano pode nos
proporcionar. Quero, em meu trabalho artístico, dizer ao espectador e à
mim mesma: Olhe... tome seu tempo... observe! Também quero permitir que o
observador projete no trabalho suas próprias experiências e o invista
com seus significados pessoais.
Utilizo
a fotografia para mostrar os pequenos detalhes, os objetos do
cotidiano, as coisas comuns, pois é difícil perceber o que está próximo.
O automatismo do dia-a-dia, bem como o mundo de imagens e informações a
que somos submetidos, vicia o nosso olhar, escondendo os detalhes
óbvios.
O
olhar é um pós-ver que perturba, instiga e prende a atenção, sendo uma
contemplação com o propósito de pensar e perceber. Ver e olhar se
complementam, são dois movimentos do mesmo gesto que envolve a sensibilidade.
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