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Porto Alegre, RS, Brazil
Artista Visual e Administradora de Empresas

sábado, 29 de novembro de 2014

Obra Tempos de Comer



Sem título – 2014 - Foto-Instalação - 110 x 130 cm
Obra exposta na Mostra MANIFESTO: Poder, Desejo, Intervenção, 2014


Esta foto-instalação aborda o tempo que as pessoas levam para almoçar. Capturo as imagens através de fotografia e vídeo, onde convido pessoas a participar. É registrado o nome, a hora em que a pessoa começa a servir seu prato e a hora em que termina de almoçar. A fotografia dá-se em três momentos: O momento em que o prato está servido, um momento intermediário e o momento em que a pessoa termina a refeição. Todo o processo é registrado em vídeo.

Questionamentos: Quais os fatores influenciam no tempo de cada um? Tempo disponível? Personalidade? Profissão? Cuidados com a saúde? Idade? Região em que mora? Etc..

Este é  um desdobramento da pesquisa que faço sobre o cotidiano das pessoas, onde discuto questões de representação de subjetividades através de classificações taxonômicas, realizadas a partir da captação de imagens de objetos, recantos e atitudes que podem contar histórias da vida cotidiana e de seus personagens. A plasticidade e a visualidade são os suportes visíveis do pensamento e dos conceitos veiculados. É um trabalho conceitual e contextual, em que valorizo o  processo. 


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Trabalhos em Arte Contemporânea - Geladeiras

                          
Geladeiras

A série "Geladeiras” surge como desdobramento de vários trabalhos iniciados em 2007, quando comecei a produzir fotografias do interior de refrigeradores em uso diário , vislumbrando aspectos do cotidiano de algumas famílias da capital e do interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 
Entendo que as geladeiras refletem a forma de vida de seus proprietários. Observo as semelhanças e diferenças, expressando, assim, meus questionamentos através de uma linguagem contemporânea, sendo o tema um pretexto para a abordagem sociológica.
O registro das imagens é feito em seu espaço usual, flagrando as geladeiras assim como as encontro, sem qualquer intervenção prévia, de forma que os habitantes da casa ajam exatamente como normalmente o fazem. É como se cada um dos moradores pudesse contar uma história, algo do cotidiano, manifestando nela, de algumas formas, sua intimidade.
Quero congelar o instante no contínuo espaço-tempo e assim captar e reproduzir imagens únicas, como são todas estas experiências. 

Maria Eunice Araujo - Série Geladeiras
Porto Alegre – 2008 - Dimensões: 135 X 67 cm

     Interessa-me presenciar, durante o processo de captura das imagens, as reações de estranhamento do participante quando peço para fotografar sua geladeira, bem como observar como se dá a relação do espectador com a imagem em exposição.  O objetivo é criar um diálogo entre o participante do processo, o artista e o espectador sobre os condicionamentos sociais e culturais que regem o comportamento dos indivíduos, partindo dos hábitos no seu cotidiano familiar.




Maria Eunice Araújo - Geladeiras
Eldorado do Sul – 2008 - Dimensões: 164 X 60 cm




Mostra no I. Encontro Internacional de Cultura e Alimentação (EICA) - Sala Fahrion/Reitoria UFRGS  

Tablet contendo as imagens das geladeiras
durante o 1o.EICA
Sala Fahrion, UFRGS, dez/2011



Mostra na Câmara Mun.de Porto Alegre, 2010

Na exposição de geladeiras na Galeria Clébio Sória da Câmara Municipal, interessou-me trazer o próprio universo das pessoas que trabalham na Instituição,  fotografando as geladeiras residenciais de vereadores e servidores da Câmara,  nos diversos bairros de Porto Alegre. Neste trabalho conheci muitas pessoas desta instituição com as quais obtive vínculos de amizade e às quais agradeço o apoio e carinho com que trabalharam comigo neste projeto.

 
Maria Eunice Araújo - Geladeiras da Câmara Mun.Porto Alegre
Porto Alegre - 2010 - Dimensões: 185 X 75 cm





Imagem da exposição na Gal.Clébio Sória - Ago-2010


Imagem da exposição na Gal.Clébio Sória - Ago-2010


Imagem da exposição na Gal.Clébio Sória - Ago-2010


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Coleções de Geladeiras




Maria Eunice Araujo
Coleção de geladeiras II, 2009 - Dimensões: 100 cm X 100 cm
Referência Especial do Juri no 8.Salão Nac. de Arte de Jataí - MAC Goiás, 2009


         Utilizo o modelo de arquivo como um armazém criativo. Gosto de abrir os arquivos e analisar as imagens de cada geladeira. Elas me são muito familiares, cada uma com a sua história. É interessante que, mesmo sendo imagens de tantos refrigeradores diferentes, ao olhar cada uma, lembro exatamente a quem eles pertencem. 

         Segundo Walter Benjamin (2009, p.241), “[...] o verdadeiro colecionador retira o objeto de suas relações funcionais”. Ele diz que estes elementos passam a não representar mais os seus donos e sim a representar a si próprios, configurando suas identidades. Desta forma, a coleção contribui para impossibilitar a recuperação da gênese utilitária das geladeiras, cortando a relação entre as funções atribuídas pelos antigos donos e a atual “disfunção” deste fragmento de coleção. E as novas significações, atribuídas intrinsecamente a esta imagem, definem seu novo valor na minha coleção, numa relação e experiência que eu mesma crio.




Maria Eunice Araujo
Coleção de geladeiras III, 2009 - Dimensões: 100 cm X 100 cm





Maria Eunice Araujo
Coleção vertical, 2009 - Dimensões: 100 cm X 100 cm


     
Maria Eunice Araujo - 20 X 20
Exposição da Associação Chico Lisboa na Galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre, 2011
Dimensão: 20 cm X 20 cm 



Maria Eunice Araujo - 20 X 20
Exposição da Associação Chico Lisboa na Galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre, 2010
Dimensão: 20 cm X 20 cm 



                                          

                                

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Através das Geladeiras




No trabalho que faço, muitas vezes, parece que além de eu ver os refrigeradores por dentro, eles também me veem. Nestes casos não sei se sou eu que capturo as imagens das geladeiras ou se também elas me capturam. Certa vez, fui inspirada a trocar de papel com a geladeira. Foi como se houvesse um diálogo mental entre nós duas, como se ela me dissesse que só estava aberta, à minha mercê, inerte, porque não podia se defender e então me interrogasse sobre como seria no caso contrário, se eu passasse a função do enquadramento a ela. Fiquei curiosa sobre o resultado e aceitei o desafio. Fiz a troca, retirei a câmera do tripé e a coloquei dentro da geladeira, posicionada de dentro para fora do refrigerador mantendo a porta aberta, para que o enquadramento fosse feito a partir do ponto de vista dela. Configurei o disparo automático (temporizador) para 10 segundos. Escondi-me ao lado da mesma e acionei o disparador. Obtive a primeira foto, em que ao olhar a imagem captada observei que havia ali uma paisagem doméstica, até então não “percebida” por mim.
A visão sob o ângulo da geladeira proporciona uma imagem não vista, pois as pessoas não entram na geladeira para verem aquele enquadramento da imagem, acabando por, em muitos casos, nunca terem visto sua cozinha sob aquele prisma.
Sendo a posição inversa da anterior visualizam-se, na foto, alguns alimentos que estão “no meio do caminho” e que são fotografados, tanto de fora para dentro, como de dentro para fora da geladeira.


Maria Eunice Araujo - Através da Geladeira, Porto Alegre, 2011


Neste processo, tive várias surpresas: certa vez, sem que eu percebesse, fui “pega” fazendo parte da imagem captada, através de um espelho que se encontrava ao fundo de um corredor escuro localizado quase em frente à geladeira enquanto eu aguardava o “click” da câmera, ao lado do refrigerador.
 
Maria Eunice Araujo - Através da Geladeira, Taquara-RS,  2011




Maria Eunice Araujo - Através da Geladeira, Porto Alegre, 2011


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Condomínio Farol de Itapuã

 
Este trabalho consiste na solicitação de objetos do cotidiano de meus vizinhos de prédio. Relacionei coisas que poderiam ser indicadores de escolhas e costumes daqueles moradores. Estabeleci algumas regras e defini que pediria os seguintes itens para fotografar, tais como:
Um par de talheres de escolha do morador; uma toalha de mesa de sua preferência; um cardápio composto de uma refeição que gostaria de apresentar (com formato de apresentação feito pelo próprio morador); um livro ou revista com assuntos de sua preferência; um objeto que salvaria caso estivesse sob alguma emergência; uma parte da casa que o habitante mais gostasse ou se identificasse.

Optei por colocar as caixas de acrílico, com as fotos dos talheres, sobre uma mesa neutra (branca), posicionando cada caixa em um lugar à mesa de oito lugares.


A obra remete assim a uma possível confraternização entre os moradores do prédio, através de seus objetos indiciais, onde celebramos juntos as nossas singularidades.



Maria Eunice Araujo - Condomínio Farol de Itapuã, 2011- Foto-Instalação
Mostra coletiva "1a.Pessoa: Pessoas"  na Galeria do DMAE


Maria Eunice Araujo - Condomínio Farol de Itapuã, 2011 (Detalhe)




Mostra Itinerante Porto Alegre, Caxias do Sul e Bagé-RS
Dimensãol: 10cm x 10cm x 5 cm - 2013



Nota sobre a exposição 1a.Pessoa:Pessoas no Jornal O Sul, 09/09/2011